segunda-feira, 23 de julho de 2012

FIM

"E depois do começo o que vier vai começar a ser o fim". Depois do começo - Legião Urbana


Uma vida se resume na história que se passa por ela. Os tropeços, as alegrias, as derrotas e vitórias, os amores, cores, sabores e tudo mais que se pode acrescentar para dar sentido a essa história.
Durante muito tempo, estive aqui, escrevendo quando a saudade apertava, quando algo me incomodava, quando estava muito feliz e queria expor isso. Nesse tempo, escrevi uma história grande, cheia de recomeços, acredito que de crescimento e aprendizado também, um dia não se vai sem deixar marcas.
Como na vida tudo é um ciclo e tem seu início, meio e fim, o blog está encerrando esse ciclo, depois de muito já vivido, de muitas experiências. Não sei ao certo onde é o início, o meio e o fim, mas já consegui entender que é preciso encerrar algumas coisas para dar lugar a outras. Não sei quais são essas outras coisas, mas sei que elas virão.
O coração continua cintilante, não se cansa se bater e expressar o que sente, eu vou estar aqui de alguma outra forma, também não sei qual, mas estarei.


THE END




domingo, 3 de junho de 2012

Bobagem


Hoje me sinto mais criança do que quando criança. Porque naquele tempo, os problemas, por menores que fossem, me pareciam grandes. Hoje, eles me são enormes.
Hoje vejo as coisas como se não tivessem solução. Como se o que eu sou, me sugasse para dentro de mim, como se minhas vontades lutassem contra o que sou, como se eu não fosse mais nada, e nem tivesse o que ser.
Vejo o mundo como um obstáculo, eu não me canso de tentar superá-lo, mas ele parece me afogar e tirar as expectativas de conseguir atravessá-lo. É como se andar não bastasse. Se desesperar, tampouco.
Os pensamentos de criança revelam que a dor não é eterna, que logo tudo passa. 
Mas, como toda criança, acreditar é fácil, e essa crença anseia respostas.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

ImAG(IR)inAÇÃO

Os ais dos choros se suavizam, porque a palavra amor acalma.
Os sóis que que nascem, por vezes tímidos, colaboram com a cadente dor  e se vão depressa.
E de tanto tentar colorir o céu, o arco-íris ficou.
Os dias são lápis e os sonhos são o papel em que se debruçam os dias.
Os pés são pontes, o chão é a escada...
 A vida é  branda e acalma os nervos.
Os olhos são cordas que elevam.


sábado, 28 de abril de 2012

Decrescente


Todos têm, não sei por que eu preciso ter também. Os motivos são tolos, as ideias são rasas, e o futuro... O dinheiro trará. Não é questão de escolha, é de berço. As crianças se sujam com ouro. Seu ferimento mais profundo é não ter o melhor de todos. Ser o melhor entre todos. Melhor de marca. Título. Embalagem. Melhor roupa que encoberta essa sede de altura, altitude que não existe. Elevação simbólica, notas pintadas de vermelho, verde, azul... Que ditam o que eu posso ou não ser... Ter, fazer... Papeis marcados com a alforria. Com as normas que devem ser seguidas para pertencer também ao mundo normal. O que é normal? Onde está o lado bom de ser o melhor? Vestir-se com uma blusa estampada um nome de quem-lá-sabe-o-que, e trombar a dois metros com várias outras pessoas vestidas com a mesma blusa e se sentir feliz. Feliz? Daí concluir que felicidade é ser um robô; um fantoche; uma fantasia. Ou, mais simples ainda, uma cópia. Um mundo onde todas as pessoas se sentem bem sendo iguais e ainda assim se sentem melhores. A mania de querer imitar os orientais, todos parecidos, apesar do presente que temos aqui – a diferença – de cor, voz, cabelo, altura, sorriso... Temos diferenças e é isso o que nos torna melhores. Eu não quero ser igual para parecer normal. Uma normalidade futil, cheia de símbolos e sem conteúdo. Um prazer em ser mentalmente melhor ou maior que qualquer mortal que ouse não trajar a mesma pompa. Não quero precisar ser assim para não ser olhada pelos cantos dos olhos como uma ladra, sendo que eu vejo tantos ladrões a minha volta, roubam-me a vontade de sorrir, arrancam de lá do fundo da minha alma a mais intensa repulsa e eu tento não me contaminar com isso para voltar a acreditar nas coisas. Inventar um mundo a essa altura é querer demais. Pensar que as coisas podem mudar é um desafio um tanto louco. Só sei que é preciso braços fortes para não deixar que essa onda carregue os valores. E deixar que tudo o que se acreditava até então, encontre o cais e não afunde.  A realidade não pode ser torpe assim, eu preciso da minha verdade e eu sei que ela existe... Só que bem longe daqui.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Da série: Gosto.


Sou leve. Levada pelo vento ou não. Não gosto de falsidade, mentira ou negação de origens. Gosto muito de chocolate e queria ter acesso fácil a ele. Gosto de chuva (e cheiro de chuva), orvalho, sereno, amanhecer. De ver o sol subindo e despontando raios que me cegam e me enche de preguiça. Gosto de caminhar fazendo curvas, pulando ou batendo os pés no chão, de caminhar no meio fio, e assoviar com os dedos. Gosto de me olhar no espelho e ajeitar meu cabelo... Gosto de tudo que dê pra me ver quando passo pela rua, se eu pudesse todo meu caminho seria de espelho, adoro espelhos. Gosto muito de pão com manteiga, muito, e gosto de leite com café também, mas meu café não é bom igual o da minha mãe, mas não vou falar dela agora... Gosto de conversar e falar das coisas que vejo e das minhas pequenas descobertas, falar das analogias que faço sem querer, mas que acho o máximo depois. A D O R O etimologia, por que uma palavra significa tal coisa? Porque a origem dela pressupõe que ela signifique qual coisa! Ah, isso é muito lindo. Gosto de sorvete de chocolate e cobertura de chocolate, gosto de casquinha, mas às vezes ela tira o sabor do sorvete, mesmo assim não dispenso a casquinha. Gosto do meu cabelo solto, da minha franja caindo no olho. Alface, loucamente apaixonada por alface, numa linda mistura com arroz, feijão e carne frita e/ou cozida. Gosto/amo/sou (já disse isso) carta e toda e qualquer encomenda que chegue pelos Correios, sou encantada com carteirinhos fofos e suas roupas azul e amarela, queria ter chaveiros de carteiros; caixas, adoro caixas.  Gosto de cantar no chuveiro e é sempre a mesma música, involuntariamente... ‘Deixe-me criar o hábito de amar com você...’ de Alma D’jem, gosto muito de cantores nacionais. Gosto de pessoas que sorriem pra mim quando passo na rua, de gente que se levanta pra um idoso se sentar no ônibus, de criancinha que vem no meu colo. Adoro patins e sempre quis ter. Gosto de como o sol desce e ainda escondido, clareia o céu, de como os pássaros voam fazendo desenho, das nuvens que andam, acho lindo isso. Gosto do hino do Brasil, gosto de cultura, todas aquelas populares, estilo bumba-meu-boi, frevo, aquela coisa do cravo na boca, tradição é a coisa mais linda que existe, ah, e minhas avós sabem rezar o rosário em latim, lindas no mundo. Acho divino como tudo se completa na natureza. Gosto de novelas, de atores que me fazem acreditar no que falam, de teatro e cinema. De escada rolante, mas sempre tropeço na subida, em elevador eu tenho náuseas, mas acho massa. Gosto de havaianas, short jeans e regata, de blush e derivados. Gosto de prato fundo, de copo de vidro, de doce em barra, de esmalte colorido, de urso de pelúcia, de desenhar corações, de opinar na aula, de falar baixo ao telefone, de abraçar forte, de banho quente, de falar sozinha, de fotografia, deitar na areia da praia na beirinha do mar, onde a onda vem quebrada devagar e bate na cabeça sem me tirar do lugar... Amo quando mainha me liga e me chama de bebê, fala que está com saudade, amo quando painho liga e fala que não quer me incomodar, que é só pra falar que me ama (PAI, VOCÊ NÃO ME INCOMODA NÃO, NEGUINHO!)... Ai, eu amo muito mesmo, mas muito mesmo isso! Gosto de gostos e de cheiros. E gosto de falar o que sinto.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Epílogo Inicial


Em épocas como essa, em que eu fico sozinha a maioria do tempo, eu fico pensando muito em minha vida, em como eu me relaciono com as pessoas que convivo, como me direciono às que amo mas que não estão comigo, como conduzo minhas vaidades (fúteis) para que elas não se tornem irreversíveis. Muitas das vezes que fico pensando, encontro muitos erros em mim. Não consigo especificar quais nem onde estão, mas percebo que não é bom e que não afeta só a mim, apesar de o 'mundo' me privar de sentir ou saber ao menos o que em mim o incomoda.
Há alguns dias atrás, um amigo me perguntou se eu acredito em verdades absolutas, eu respondi de imediato que não, mas retirei o que disse e preferi ficar sem responder. É verdade a idade que tenho, é verdade que meus olhos são negros, é verdade que tenho orelhas grandes... Essas são verdades absolutas. Mas será verdade que eu sou uma pessoa boa? Onde estão as confirmações? O que eu faço para ter essa certeza? Me esforço diariamente para ser boa, para fazer o bem, para ousar ajudar quem precisa de apoio para atravessar a rua... Só não sei se eu sou. Não sei onde estão as minhas habilidades de proteger o que é meu, de ajudar o meu coração a agarrar o que foge pelas mãos. Bondade é uma verdade absoluta, mas ser bom não é. Se fosse, nada daria errado, nada seria contrário às expectativas.
Venho andando sem rumo faz um tempo. Fiz e faço escolhas o tempo todo, não me arrependo ( não tenho me arrependido) delas, caminho sem rumo, mas vou encontrando as direções mesmo sem querer, por que é esse o propósito de ir. Quando tropeço, confesso que demoro um pouco a me reerguer, o tropeço é sempre o fim do instante de equilíbrio e estabilizar-se não é tão certo quanto se imagina, quando se está andando sem direção, sem mapa, sem rota.
Mas há certezas que são irrevogáveis, a de que eu abraço e sinto o aperto de volta, de que eu tenho pessoas que esperam ansiosas o fim de ano chegar para se verem de novo. O amor é uma certeza.
Eu quero ser boa, eu quero que quem anda comigo perceba isso. Quero que meus braços sejam grandes o suficiente para nada que esteja aqui escape, por que eu não suportaria. Não sei lidar com perda de verdades absolutas. 
Muitas vezes penso que seria melhor não ter existido, penso que eu causo muito distúrbio à normalidade dos dias, faço alvoroço com as normas, pareço ser um deslize, um passo em falso. Não quero ser uma ignorante sentimental de personalidade dúbia. Não quero congelar o passado e tornar o presente passível de esquecimento também, não quero distorcer as certezas, não quero que o abraço laceie. Eu quero que as prioridades sejam indefesas e não me ameacem. Eu quero a eternidade das promessas. Quero ter certeza de que tenho alguma finalidade aqui, de que eu posso estar aqui sem que nada seja esquecido ou diminuído por isso. Ouçam-me, vozes. Vejam-me, sentidos. Abracem-me e nunca me soltem.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Tumulando



Você já pensou como seria estar morto? Às vezes acho que sei tão bem que já devo ter morrido e estou caminhando no exterior (...). Muitas vezes, à noite, faço a cama apertada e depois entro debaixo das cobertas e deito com os braços rígidos dos lados, como se estivesse dentro do meu caixão. Seguro a respiração e imagino que a escuridão do quarto é o escuro dentro do meu túmulo. Imagino a tampa do caixão em cima de mim. Penso no meu funeral, em todos que conheço, (...) em pé ao lado dessa cova funda e escura do chão, vendo-me ser baixada, encolhendo-se ao ouvirem a primeira pá de terra batendo na tampa do caixão, e aquele som ficando surdo gradualmente, enquanto minha cova se enche, apenas terra por cima de terra. Penso nas pessoas voltando para casa no final de um dia de sol no inverno, aconchegando-se em torno do fogo, onde sua conversa gradualmente se volta para outros assuntos ao ter início o conforto do esquecimento. Imagino que de vez em quando uma delas irá lembrar-se de como me deixaram pouco antes sozinha na terra fria, e como a luz está se apagando e estou começando minha nova existência ali, em meu novo lar, em meu buraco no chão.

A menina que não sabia ler -  John Harding

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Sete coisas.

Lorena, a mais gata de todas, me deu um desafio e ADOREI! Contar sete coisas em sete categorias e depois escolher sete pessoas para fazerem o mesmo!


Vamos lá...


7 coisas que pretendo fazer antes de morrer:


* Fazer um tour pela África;
* Fazer um boneco de neve;
* Ser colunista na Folha (haha);
* Me casar na praia;
* Falar inglês e francês
* Surfar;
* Marina *-*

7 coisas que mais digo


* Alô!
* Ai, que fome!
* Sossega, menina(o)!
* Queria ir pra Pindaí!
* Que massa!
* Véééi!
* Ai, que saudade!

7 coisas que  faço bem 


* Escrever carta;
* Tolerar;
* Esperar;
*Sonhar;
* Sorrir;
* Amar;
* Sentir saudade.

7 defeitos meus 


* Ansiedade;
* Mania de achar que vai dar tudo errado;
* Sonhar demais;
* Esquecer o que vou fazer;
* Falar demais sobre o que me perturba;
* Inocência (demais faz mal.)
* Falta de foco.

7 qualidades minhas 


*Alegre;
* Parceira;
* Sincera;
* Otimista;
* Sempre procurar o lado bom das coisas;
* Aguentar um pouco mais antes de desabar;
* Sou loira! (kkk)

7 coisas que amo

* Minha família;
* Crianças;
* Banho de chuva;
* Telefonema;
* Meus amigos;
* Carta;
* Meu amor;
(...)

Quem eu desafio:





Ameei! *-*





quinta-feira, 10 de novembro de 2011

10 coisas que eu amo em você.

Não é difícil listar o que eu amo em você, não é difícil, porém são muito mais que dez coisas, mas vou colocá-las resumidas aqui só para cumprir a norma do Bloínques.



1-     Quando me liga apressado, com voz embriagada de amor e saudade só pra dizer: "Eu te amo tanto". Me torna de um segundo a outro, a pessoa mais feliz do mundo;

2-      Sem se importar com o que vão achar, você é criança comigo;

3-      Me faz sentir segura pra conversar e abrir meu coração sem medo;

4-      Me abraça e não diz nada, me preenche;

5-      Me ensina tudo o que aprende e fica feliz quando eu entendo;

6-   Escreve páginas e mais páginas de cartas, com um cuidado grandioso pra não errar, com graciosidade e intensidade apaixonante;

7-      Sua capacidade instantânea de me arrancar risadas sinceras;

8-      Seu sorriso;

9-      O encanto que sua voz me traz, misturado com a sensação de abrigo, conforto;

1-   A verdade que transpira, a parceria que me sustenta, o amor que me doa. Você.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Lado avesso ao contrário.

Quais são as suas expectativas para hoje? O que você espera de si mesmo? Amanhã ao acordar será mais um dia, de sol ou chuva, de trabalho, corrida contra o relógio, a favor do tempo, que por mais que se queira evitar, é perdido. Onde ficam os sonhos? E os planos? Tudo se relativiza ao ponto de a existência ficar questionável. Todos tem uma missão sim, por que vir ao mundo não é simplesmente rabiscar um papel e jogá-lo fora, é nascer e ter que fazer desse nascimento uma história. Arrombar os pensamentos e a criatividade e desenhar, ou escrever da melhor forma para que a própria cabeça seja capaz de interpretar. A vida pode parecer uma caixa de lápis de cor, e cada lápis que por hora fica escondido, servirá para uma função diferente, apesar de ser divertido colorir, não é fácil criar habilidade de não exagerar nas bordas, de não sair da linha, apesar de essa ser mais uma regra que deveria ser saltada, ou pisada tanto faz, exagerar nas extremidades é que dá a sensação de dever além de cumprido, saboreado.
Parar pra pensar no que vai ser quando crescer é se esquecer de fazer, e ficar pensando, excluindo possibilidades, anotando pensamentos que poderiam dar certo, mas logo excluindo-os da agenda. É preciso mesmo, fazer com que o tempo de vida seja precioso e trata-lo como prêmio. Priorizar o que é vantajoso, mas ousar arriscar, para não perder oportunidades. Nada na vida é descartado, e sim reaproveitado, os acontecimentos, as reviravoltas, as lágrimas, as verdades, tudo serve de pilar, basta saber usar isso, saber contornar a situação nos melhores e/ou piores casos.
Não é fácil fazer que palavras se transformem em acontecimentos, não é fácil encontrar na sua forma de viver qual é a sua habilidade especial, o que quer seguir como carreira, qual é o seu potencial, o que te torna ‘reaproveitável’, o que te tira da condição de indefeso para a forma lapidada e corajosa. Não há facilidade em descobrir que dentro de você existem coisas boas, e que nem tudo ao seu redor quer te ver cair, algumas das melhores coisas da vida são as imprevisíveis, e não é só em crises sentimentais, ou em TPM que os sentidos se afloram, que as emoções ardem na pele, mas quando começa-se a sentir o peso do tempo se acumulando, a vida passando, os pés estarem grudados com piche no chão e a cabeça estar definhando ao invés de progredir. Quando o medo bater, ou a saudade apertar, ao invés de se recuar, esquecer-se que se é gente, agir como animal e procurar alimento com as próprias mãos.
Caracas, eu sofro com esses meus piolhos.
Beijos de Jaíce, a criança que quando ameaça crescer, se arrepende e volta pra sua casa na árvore pra chorar escondida.