quinta-feira, 28 de abril de 2011

16 graus.





As lágrimas que caem são incapazes de medir,
É verdadeiro, se torna sagrado e cresce,
As flores nascem em volta, o perfume recende,
O céu, o meu céu, brilha sorrindo pra mim.
É tão real e claro. É sincero, é terno.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

(pseudo) Epitáfio

Quero escrever uma história, que vá além dessas palavras aqui. Ser alguma coisa, alguém ou algo. Quero que meu nome seja suficiente. Nessa história muitos serão personagens também, muitas verdades acontecerão e muito do que sonho se realizará. Falar de pra sempre agora não é cedo, por que quando menos se espera tudo pode acabar... De repente pode nem existir futuro, e todos os planos se desfazerem. Quero escolher as músicas que farão parte da trilha sonora, o figurino, o cenário... Tudo certinho pra não haver erro, e se houver vou fazer de tudo pra remediar o mais rápido possível, não tenho tempo a perder. Ajudar o maior número de pessoas que eu puder. Encontrar uma forma de fazer o normal se dissipar, e povoar o mundo de loucos, daqueles que fazem o mundo girar, alucinado. Quero plantar uma árvore... Não penso em escrever livro (ainda), mas quero filhos, crianças que não cresçam, assim como eu não cresci (e nem vou). Ainda vou ter meu telescópio, ainda vou fazer missões em um lugar onde a esperança está por um fio, quero percorrer áreas distantes, quero movimentar e fazer calor. Quero conseguir falar um dia, gritar mesmo, tudo o que me engasga, o que me diminui. Falar pra resolver, desfazer injustiças, rebelar, buscar quem foge. Não suplico ouvidos, não quero nada do mundo, também não é egoísmo, é simples, quero algo novo, como tudo tem que ser. A cada dia, a cada acordar. Vou pintar paredes cinzentas, vou ensinar crianças a ler, vou fazer idosos sorrirem, vou me descobrir em mim. Eu preciso fazer alguma coisa enquanto ainda estou aqui. Eu quero ter certeza das coisas, inventar outras, fazer algo valer a pena. Amanhã posso não ter mais meus olhos abertos, posso não enxergar as cores, tampouco as estrelas. E quando esse amanhã chegar, quero ter escrito todos os capítulos, um por um sem saltar partes, sem me esquecer dos detalhes. E se eu não conseguir, as intenções são valiosas, terá sempre alguém pra continuar em meu lugar, haverá outros corações sedentos de construção, inovação... Alguém continuará por mim. A minha vontade é essa, os meus desejos, por mais insanos que sejam, são esses. Vivam por mim, se por destino eu não conseguir. 

terça-feira, 5 de abril de 2011

Mais humano, mais mortal.

As respostas não vêm de repente, é tão desnecessário correr contra a corrente, é incerto. Estou vivo, mas não sou vivo, essa não é a minha essência, tudo é um constante ‘vir a ser’.
Caminhar não é só pra quem tem pernas, voar não é só pra quem tem asas, arriscar é uma proposta, aceitar é o desafio... E às vezes eu me surpreendo com a minha coragem. Que quando se revela dá um lugar pra mim. Ser inseguro é soltar as rédeas por não saber o que fazer com elas. Respirar e pensar antes de falar, e ficar só no antes, as palavras não saem, vêm soluços apenas, e tento engoli-los, pra não me perder para não me arrepender. Tudo é motivo de receio. Inseguro... Sou inseguro e despreparado, sou fraco, leso, indeciso.
Quantas vezes eu planejei e não fui. Quantas vezes eu tive obrigações e não cumpri. O medo de dar errado, medo de não agradar, medo (que dá medo do medo que dá).
 Enquanto eu tento respirar, me falta algo pra se comparar ao ar... Falta-me impulso, apesar de existir rebeldia, apesar de eu não ser a melhor pessoa do mundo. Mas está preso, não se desprende de mim, parece que, por mais que eu não queira, eu estou fugindo, esquecendo de buscar, talvez nem seja por esquecimento... Vacilei, desandei, me perdi em minhas voltas, não respondi as questões propostas. A coragem momentânea também fugiu. Tudo é errado, as pessoas são erradas, as palavras, a situação... Eu, meu ego, minha vaidade, meu casulo. O erro persiste, meu erro sim ‘é’. Faz parte da essência que eu estou tentando (re)construir. Tão cedo mesmo, tão depressa mesmo. Minha alma anseia um sobressalto, devo isso a ela. Ainda tenho muito tempo para errar, então vou consertar esses erros logo e deixar vir os demais, pra ver se eu consigo lidar com tudo. Insisto no ‘as coisas não são’, elas ‘estão’. Tudo é passível de mudança, por isso que eu ainda não me deixei ser engolido pelas regras e normas que o mundo me impõe, as coisas vão mudar. Se houver desatino no destino, não será diferente de agora, as coincidências são provas de que alguém já passou por isso. Estar vivo é o suficiente... A insegurança que aguarde pelo fim de seus dias.