domingo, 18 de dezembro de 2011

Epílogo Inicial


Em épocas como essa, em que eu fico sozinha a maioria do tempo, eu fico pensando muito em minha vida, em como eu me relaciono com as pessoas que convivo, como me direciono às que amo mas que não estão comigo, como conduzo minhas vaidades (fúteis) para que elas não se tornem irreversíveis. Muitas das vezes que fico pensando, encontro muitos erros em mim. Não consigo especificar quais nem onde estão, mas percebo que não é bom e que não afeta só a mim, apesar de o 'mundo' me privar de sentir ou saber ao menos o que em mim o incomoda.
Há alguns dias atrás, um amigo me perguntou se eu acredito em verdades absolutas, eu respondi de imediato que não, mas retirei o que disse e preferi ficar sem responder. É verdade a idade que tenho, é verdade que meus olhos são negros, é verdade que tenho orelhas grandes... Essas são verdades absolutas. Mas será verdade que eu sou uma pessoa boa? Onde estão as confirmações? O que eu faço para ter essa certeza? Me esforço diariamente para ser boa, para fazer o bem, para ousar ajudar quem precisa de apoio para atravessar a rua... Só não sei se eu sou. Não sei onde estão as minhas habilidades de proteger o que é meu, de ajudar o meu coração a agarrar o que foge pelas mãos. Bondade é uma verdade absoluta, mas ser bom não é. Se fosse, nada daria errado, nada seria contrário às expectativas.
Venho andando sem rumo faz um tempo. Fiz e faço escolhas o tempo todo, não me arrependo ( não tenho me arrependido) delas, caminho sem rumo, mas vou encontrando as direções mesmo sem querer, por que é esse o propósito de ir. Quando tropeço, confesso que demoro um pouco a me reerguer, o tropeço é sempre o fim do instante de equilíbrio e estabilizar-se não é tão certo quanto se imagina, quando se está andando sem direção, sem mapa, sem rota.
Mas há certezas que são irrevogáveis, a de que eu abraço e sinto o aperto de volta, de que eu tenho pessoas que esperam ansiosas o fim de ano chegar para se verem de novo. O amor é uma certeza.
Eu quero ser boa, eu quero que quem anda comigo perceba isso. Quero que meus braços sejam grandes o suficiente para nada que esteja aqui escape, por que eu não suportaria. Não sei lidar com perda de verdades absolutas. 
Muitas vezes penso que seria melhor não ter existido, penso que eu causo muito distúrbio à normalidade dos dias, faço alvoroço com as normas, pareço ser um deslize, um passo em falso. Não quero ser uma ignorante sentimental de personalidade dúbia. Não quero congelar o passado e tornar o presente passível de esquecimento também, não quero distorcer as certezas, não quero que o abraço laceie. Eu quero que as prioridades sejam indefesas e não me ameacem. Eu quero a eternidade das promessas. Quero ter certeza de que tenho alguma finalidade aqui, de que eu posso estar aqui sem que nada seja esquecido ou diminuído por isso. Ouçam-me, vozes. Vejam-me, sentidos. Abracem-me e nunca me soltem.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Tumulando



Você já pensou como seria estar morto? Às vezes acho que sei tão bem que já devo ter morrido e estou caminhando no exterior (...). Muitas vezes, à noite, faço a cama apertada e depois entro debaixo das cobertas e deito com os braços rígidos dos lados, como se estivesse dentro do meu caixão. Seguro a respiração e imagino que a escuridão do quarto é o escuro dentro do meu túmulo. Imagino a tampa do caixão em cima de mim. Penso no meu funeral, em todos que conheço, (...) em pé ao lado dessa cova funda e escura do chão, vendo-me ser baixada, encolhendo-se ao ouvirem a primeira pá de terra batendo na tampa do caixão, e aquele som ficando surdo gradualmente, enquanto minha cova se enche, apenas terra por cima de terra. Penso nas pessoas voltando para casa no final de um dia de sol no inverno, aconchegando-se em torno do fogo, onde sua conversa gradualmente se volta para outros assuntos ao ter início o conforto do esquecimento. Imagino que de vez em quando uma delas irá lembrar-se de como me deixaram pouco antes sozinha na terra fria, e como a luz está se apagando e estou começando minha nova existência ali, em meu novo lar, em meu buraco no chão.

A menina que não sabia ler -  John Harding

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Sete coisas.

Lorena, a mais gata de todas, me deu um desafio e ADOREI! Contar sete coisas em sete categorias e depois escolher sete pessoas para fazerem o mesmo!


Vamos lá...


7 coisas que pretendo fazer antes de morrer:


* Fazer um tour pela África;
* Fazer um boneco de neve;
* Ser colunista na Folha (haha);
* Me casar na praia;
* Falar inglês e francês
* Surfar;
* Marina *-*

7 coisas que mais digo


* Alô!
* Ai, que fome!
* Sossega, menina(o)!
* Queria ir pra Pindaí!
* Que massa!
* Véééi!
* Ai, que saudade!

7 coisas que  faço bem 


* Escrever carta;
* Tolerar;
* Esperar;
*Sonhar;
* Sorrir;
* Amar;
* Sentir saudade.

7 defeitos meus 


* Ansiedade;
* Mania de achar que vai dar tudo errado;
* Sonhar demais;
* Esquecer o que vou fazer;
* Falar demais sobre o que me perturba;
* Inocência (demais faz mal.)
* Falta de foco.

7 qualidades minhas 


*Alegre;
* Parceira;
* Sincera;
* Otimista;
* Sempre procurar o lado bom das coisas;
* Aguentar um pouco mais antes de desabar;
* Sou loira! (kkk)

7 coisas que amo

* Minha família;
* Crianças;
* Banho de chuva;
* Telefonema;
* Meus amigos;
* Carta;
* Meu amor;
(...)

Quem eu desafio:





Ameei! *-*





quinta-feira, 10 de novembro de 2011

10 coisas que eu amo em você.

Não é difícil listar o que eu amo em você, não é difícil, porém são muito mais que dez coisas, mas vou colocá-las resumidas aqui só para cumprir a norma do Bloínques.



1-     Quando me liga apressado, com voz embriagada de amor e saudade só pra dizer: "Eu te amo tanto". Me torna de um segundo a outro, a pessoa mais feliz do mundo;

2-      Sem se importar com o que vão achar, você é criança comigo;

3-      Me faz sentir segura pra conversar e abrir meu coração sem medo;

4-      Me abraça e não diz nada, me preenche;

5-      Me ensina tudo o que aprende e fica feliz quando eu entendo;

6-   Escreve páginas e mais páginas de cartas, com um cuidado grandioso pra não errar, com graciosidade e intensidade apaixonante;

7-      Sua capacidade instantânea de me arrancar risadas sinceras;

8-      Seu sorriso;

9-      O encanto que sua voz me traz, misturado com a sensação de abrigo, conforto;

1-   A verdade que transpira, a parceria que me sustenta, o amor que me doa. Você.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Lado avesso ao contrário.

Quais são as suas expectativas para hoje? O que você espera de si mesmo? Amanhã ao acordar será mais um dia, de sol ou chuva, de trabalho, corrida contra o relógio, a favor do tempo, que por mais que se queira evitar, é perdido. Onde ficam os sonhos? E os planos? Tudo se relativiza ao ponto de a existência ficar questionável. Todos tem uma missão sim, por que vir ao mundo não é simplesmente rabiscar um papel e jogá-lo fora, é nascer e ter que fazer desse nascimento uma história. Arrombar os pensamentos e a criatividade e desenhar, ou escrever da melhor forma para que a própria cabeça seja capaz de interpretar. A vida pode parecer uma caixa de lápis de cor, e cada lápis que por hora fica escondido, servirá para uma função diferente, apesar de ser divertido colorir, não é fácil criar habilidade de não exagerar nas bordas, de não sair da linha, apesar de essa ser mais uma regra que deveria ser saltada, ou pisada tanto faz, exagerar nas extremidades é que dá a sensação de dever além de cumprido, saboreado.
Parar pra pensar no que vai ser quando crescer é se esquecer de fazer, e ficar pensando, excluindo possibilidades, anotando pensamentos que poderiam dar certo, mas logo excluindo-os da agenda. É preciso mesmo, fazer com que o tempo de vida seja precioso e trata-lo como prêmio. Priorizar o que é vantajoso, mas ousar arriscar, para não perder oportunidades. Nada na vida é descartado, e sim reaproveitado, os acontecimentos, as reviravoltas, as lágrimas, as verdades, tudo serve de pilar, basta saber usar isso, saber contornar a situação nos melhores e/ou piores casos.
Não é fácil fazer que palavras se transformem em acontecimentos, não é fácil encontrar na sua forma de viver qual é a sua habilidade especial, o que quer seguir como carreira, qual é o seu potencial, o que te torna ‘reaproveitável’, o que te tira da condição de indefeso para a forma lapidada e corajosa. Não há facilidade em descobrir que dentro de você existem coisas boas, e que nem tudo ao seu redor quer te ver cair, algumas das melhores coisas da vida são as imprevisíveis, e não é só em crises sentimentais, ou em TPM que os sentidos se afloram, que as emoções ardem na pele, mas quando começa-se a sentir o peso do tempo se acumulando, a vida passando, os pés estarem grudados com piche no chão e a cabeça estar definhando ao invés de progredir. Quando o medo bater, ou a saudade apertar, ao invés de se recuar, esquecer-se que se é gente, agir como animal e procurar alimento com as próprias mãos.
Caracas, eu sofro com esses meus piolhos.
Beijos de Jaíce, a criança que quando ameaça crescer, se arrepende e volta pra sua casa na árvore pra chorar escondida.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Sonoro

Sentiu-se só, e nessas horas o mais travesso dos sentimentos é o medo, mas a noite, apesar de muitas vezes parecer sombria, também tem as suas surpresas. Embalado pelo som da chuva, o vento, nas suas curvas, fazia serenata com as folhas daquelas árvores simetricamente plantadas. O passar tênue da noite, ajudava para que o pulsar ligeiro de um coração amedrontado, se acalmasse. A chuva era forte, mas seus pingos não eram exagerados, isso também ajudava. Cada gota que caía, entrava em compasso com aquelas batidas que iam também se amansando, a respiração mais lenta, um suspiro aliviado, que se transformava em um riso contido, ao reclamar sem maldade do grilo que havia se escondido por ali.
O vento continuava a dar giros e agora assoviava calmo, sereno, sem querer intimidar, mas inspirando assovios também. Tudo se encaixava e o som daquela que parecia cruel, contribuiu para que a instabilidade do coração se ajeitasse em uma rede que se balançava lentamente e um pequeno cobertor que por desleixo se arrastava no chão, o medo se foi e brando, o sonho chegou.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Parece magia...




É calmo, brando e suficientemente rico.
Algo que, sensato, revela-se.
A cada instante de felicidade.
Vem com você, recobre-me, incendeia-me...
Os instantes se congelam, a vontade fica.
Os sorrisos se eternizam, a beleza paira.
Não há remédio, nem contra indicação, 
Há furor e exatidão.
Cresce como planta em terra fértil.
Preenche como nuvem em dia de chuva.
Fascina, aquece e ilumina.
E o medo se vai, a saudade fica.
Com o instinto de correr atrás.
De ir buscar onde estiver...
De ouvir a voz enxuta ou embargada.
Com ar de necessidade...
Com a certeza da verdade que acresce.
De que o sonho permanece.
E todo dia que se inicia, traz consigo uma confirmação.
De que é tudo real, não inventado.

sábado, 10 de setembro de 2011

Esperar não é padecer.

O acaso pode ter colaborado pra que acontecesse, mas não acredito que ele tenha sido o condutor mor. Eu não esperava. Você, menos ainda, e de repente, os olhares antes distantes se cruzaram e depois disso nada mais interessava a não ser esse encontro. Como eu já disse muitas vezes, novidades assustam, o novo traz consigo inseguranças, medos que no início são bem difíceis de lidar, mas não impossíveis.
E é nesse equilíbrio entre medo e coragem, desafio, aventura que fomos aos poucos nos descobrindo e conhecendo o que é esse equilíbrio. Na verdade não sei se há algo certo, do mesmo peso e medida, as diferenças (que são muitas) fazem essas descobertas serem mais interessantes... Mais intensas e que exigem um pouco mais de atenção e aprimoramento.
Não entendo como pólos diferentes podem se encontrar e um passar a ser o necessário para o outro. Como duas vidas, agitadas, estressadas, inusitadas ao seu modo, podem ser sustentáculo da outra sem deixar perder o que lhe caracteriza, o que lhe fortifica e acrescenta. Como, sem motivo, tudo o que mais se deseja é estar perto, ouvir a voz, sentir a presença mesmo que os olhos não alcancem, mas saber que está ali, e sempre estará.
É curioso tentar decifrar essa lição da vida. Onde corações frustrados, já descrentes de serem acalentados, se refazem, recebem uma injeção cavalar de auto-estima proporcionado por quem menos se imaginava... Por alguém que não sabia da existência e de repente se torna a água para a mais insuportável sede, a intensidade de tudo aquilo que guardara e tinha sido pisoteado... É estranho, e não é ruim.
Encontrar-se em dois é refazer uma história que não tem fim. Cada um carrega seu lápis e sua borracha, quando as linhas são invisíveis os sentidos se aguçam e o desafio de escrever sem linhas é demasiado instigante. Cada desandar de palavras leva à perfeição. E a história vai se embelezando, como num caminho contornado por flores. Não que não haja perigo entre essas histórias, não que de todo seja perfeito, mas se encontrar se fez tão suficiente que a perfeição se petrifica e não há mais nada além de dois corações refeitos, duas histórias (re)iniciadas.
Um ‘amor’ nasce quando menos se espera, aliás, esperar por ele é natural, por que apesar de momentos ruins existirem, a esperança não se vai, ela permanece ilesa, mesmo que escondida, para toda ferida há um remédio, por mais demorada que seja a recuperação de um trauma, mesmo que a incerteza de se doar apareça, a vida é melhor e mais doce, quando é vivida em alta definição, correr riscos dá sabor e ressuscita a alma que desacreditava.
Hoje, você e eu somos prova de que o improvável não é impossível.






quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Verdade Arde



Um impasse, um sonho de cochilo, uma fina voz ou um ruído. Qualquer coisa pode minimizar isso... Ou não. Às vezes, nem o imediato assusta, nem o novo surpreende. O que resta são lembranças de coisas que não aconteceram, de instantes nunca vividos, mas esquecidos, pois o tempo tratou de cuidar disso. É muito difícil tentar entender a vida, acontecem tantas coisas que são impossíveis de serem previstas, acontece tanta coisa inimaginável, mas que aceitamos sem repulsa, ou sem ao menos entender, as aceitamos por que essa é a ‘lógica’ da vida, isso traz, (mesmo que não saibamos) um sentimento de missão cumprida. Apesar de que ser humano é contradizer, bater o pé e não aceitar, mas isso acaba se revertendo e aderir é muito mais cômodo do que se expor à incerteza de errar.
Não adianta usar exemplos de outrem pra desenhar sua própria vida, não existe limite para as realizações, nenhuma indecisão ou medo são capazes de negativar um pensamento bom. Ainda que sejam sonhos, pois esses são melhores que planos, melhores não, menos impositivos. Sonhos, eles não impedem de flutuar. Eu queria que meus sonhos me trouxessem ao chão, mas eu insisto em sair daqui, as pernas não se fixam. Deveria ter medo de voar, mas parece-me mais seguro aqui em cima, aqui não tem nada que me ameace a desistir. Aqui se respira melhor, se ouve melhor e dá até pra cantar sem vergonha.
Eu sou incapaz de enxergar a realidade, de ter força diante disso que corrói e me deixa incrédula, de aceitar que tudo não é como em meu universo infinito de possibilidades, não, não quero acordar, não quero me render, mas sei que vou, sempre me rendo, sou humana, meio fora do protocolo, mas sou, e isso me assusta demais. A verdade é que nada disso existe, nada do que criei existe, meu mundo não é sólido, minhas ideias, essas loucas não são reais, são inventadas e de repente pode vir um vento mais forte que minha coragem de sustentar tudo. Isso aqui é um sonho, um castelo de areia ou cartas, mas ele é de carne e osso também, corre sangue nas suas linhas imaginárias, aqui tem calor, tem dois milhões de reais em barras de chocolate, que valem mais que açúcar. Aqui é assim, e enquanto o dia de entregar os pontos não chega, eu vou sustentar esses pés longe do chão, esse variado redemoinho que tenta simular a seu (grosso) modo, a sua interna realidade.

Escrevi esse texto por que hoje o blog completa dois anos e eu queria escrever alguma coisa que tivesse tudo a ver com ele, um pouco de sonho, coisas irreais, ilusórias, e sempre muito fantasiosas. Acho que é o jeito que arrumei de aprender a me compreender, ainda não consegui, mas tomara que eu tenha fôlego pra continuar a tentar. Agradeço muito a todo mundo que lê essas insanidades e viaja comigo. Coração Cintilante é muito a minha cara, antes eu tinha vergonha de falar o nome do blog pra pessoas novas na minha vida, tinha medo de que não me aceitassem, por que esse meu jeito assusta até a mim mesma, como falar disso pra todos? Mas não me envergonho mais, porque os sonhos que eu coloco aqui são de verdade, e não tenho por que me envergonhar de meus sonhos. A verdade arde, por que quem acha que eu vivo na lua, está com toda a razão, as estrelas me guiam e eu tenho pressa de seguir esse caminho. Voltem sempre!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

É o que liga


Nos conhecemos, nos encontramos, mas não reconhecemos o sentimento que nos cerca nesse momento. Falta pouco, mas ninguém entende... Ninguém. Assim dá pra começar, sem que alguém pergunte onde começa ou termina, sem ter que explicar. O entendimento vai surgindo, se solidificando aos poucos, e tudo o que era escondido aparece com tanta força que tudo aquilo pequeno se dissolve como açúcar na água. O que era minúsculo decresce ainda mais, por que existe algo muito maior que tudo, algo que pode derrubar prédios e reerguê-los com a mesma veracidade, que pode ser quente enquanto a tempestade devasta, pode ser brando mesmo quando o rio corre, caudaloso. Aquilo que além de grande é verdadeiro, infinito e sensato. Impossível de se controlar, esconder ou exterminar. Ele é mais forte e mais seguro que qualquer muralha, qualquer abrigo. Isso sim é digno de ser exposto em vitrines, ser apreciado, contemplado. Por que não precisa de adornos, ele é inteiro e por si só grita sem dizer nada. Independente de qualquer coisa, qualquer pequena ou grande coisa, ele se mantém vivo, aceso. Parece distante, na verdade é contraditório, apenas existe e faz da sua existência a perfeição de todas as palavras, atitudes, cores, signos, sonhos, sentidos, aliás, ele é o alicerce de tudo isso. Dicionários não são capazes de traduzi-lo, nem de interpretá-lo. Diferente do que é ruim, ele nasce com a gente não precisa de provas, não precisa de teatro ou codinome, o que ele precisa é de liberdade. De céu pra voar, extrapolar, dar giros e pingos de chuva, precisa de chão pra se fincar, criar raízes, explorar, crescer, dar flores, frutos e vento. Ele precisa estar estampado na porta do armário, na capa do caderno, do início ao fim do diário... E é pra ser vivido e compartilhado, um, dois, três, vários. Com ou sem rima. Completamente baseado em sorrisos, fotos mostrando língua, fazendo poses, trazendo a naturalidade para o inventado, fazendo graça ou planos. Todas as regras são quebradas, tudo é desmitificado e ele aparece ileso, defeso.  Sem traumas, sem indiferenças, sem exclusões ou falsa modéstia. Milhões de descrições não poderiam com precisão descrevê-lo, uma canção, um poema pode aguçar ainda mais a sua essência, mas nunca explicá-lo. É pra ser semeado, cultivado, alimentado. De alma, sangue e coração. De espírito, de verdade. De cor, raça ou nacionalidade. Há que ser inteiro... Há que ser eterno, que ser intenso do tamanho e bem maior que o universo. Sentir e se encharcar de AMOR é o que há.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Inusitado



Meu coração custa a acreditar nessa distância. Ele tenta se manter de pé, tenta se segurar... Vai conseguindo, empurrando o inexpressivo, preenchendo-se de lembranças. Incontrolavelmente as lembranças encobrem tudo, me submergem e apenas respiro essa enxurrada de coisas bonitas. Já afogada lembrando-me da sua voz, já nostálgica sentindo seu abraço. As coisas bonitas são maiores do que a distância. O que eu posso dizer pra você? É tão grande o que fez crescer em mim. Meu coração sorri tão largo por saber que você mora nele, lamenta a despedida e tenta se conformar que mais despedidas virão, mas para superá-las existe o encontro e sempre vai existir. Eu ouvindo essas músicas sentimentais aqui, só pra me lembrar de nós olhando as estrelas, sorrindo. Eu precisava estudar hoje, eu precisava me concentrar, mas você não deixa e dessa vez não estamos nos falando ao telefone, simplesmente está dentro da minha cabeça, essa insiste em te manter aqui, preso, guardado. Em cada suspiro meu, confirmo essa minha dependência, esse bem querer estar perto. Meu sorriso continua largo, assim como o do meu coração, eu tento não repetir palavras, tento aquietar tanta saudade, afinal ela precisa sossegar, precisa esperar um pouco mais pra aflorar dessa forma, o tempo vai demorar de passar se ela vier com toda essa força. Calma, saudade, não me ameaça assim não, receio não conseguir confrontar a sua valentia, não superar tamanha astúcia. Sabe aquele aperto que sente ao me escrever? Sinto-o agora, por ter que escrever, por sentir e remoer. Ainda bem que te tenho. Ainda bem que é recíproco. Dono do meu pensamento, não ouse fugir daqui.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Insônia

Distante está aquele barulho que me assombra, e por que me assombra então? Por que o que está perto conforta, abraça e acalma. O sono me veio tão depressa hoje, parece que a fadiga do dia espalhou-se agora, completamente. Eu queria poder falar das coisas que sinto, queria poder me expressar sem ter vergonha de mim mesma... Sem me preocupar com o que alguém vai pensar de mim, sem medo de títulos, rótulos e essas tolices todas. Queria que minha voz não soasse estranha quando quero dizer algo sério, para que alguém, no mínimo, me escutasse.
Ver o sol nascer, traz um sabor de aproveito, um gostinho levemente salgado, um gosto que revigora, incita e instiga, mesmo que pareça inviável, só por ver alguns raios dizer que a vida mudou, não é isso, falo do agora como se fosse ‘os agora’, ’ os hoje’... Como se estivesse vivendo algo mais que um ciclo. Como se estivesse encontrando em mim as palavras escondidas. Não é bom sentir-se só estando rodeado de pessoas. Essas que dão cor à vida, essas que dão sabor aos dias. Não é bom não conseguir dizer palavras que o coração balbucia. Não é bom guardar coisas que merecem ser soltas no vento... Não é bom ser assim. O pior é não saber o porquê disso, não saber como mudar isso, como reconstruir um eu que saiba. Que arrisque, sem se acomodar, que não se entristeça fácil, que dê mais lugar à ‘acontecimentos’ que planejamentos.
Criar um eu que saiba ouvir, mesmo que algumas palavras sejam ácidas demais, mesmo que corroa demais. Saber e ter forças pra mudar, e ver que o erro não é só seu, que nem tudo do que você diz é pequeno, que você se esforça se entrega, se desdobra... Se crie, se prontifique a acreditar em si, logo as coisas mudarão.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

É fascinante




Faz tempo que eu quero fazer uma lista, essa vai ser um pouco sem sentido, o que não foge muito à regra desse blog. Vou listar coisas que me encantam e que tomam toda a minha atenção exagerada, vamos lá:

1. O céu:
De manhã, quando as nuvens estão dispersas e o sol fica por trás delas, só despontando os raios.
À tardezinha, quando o sol está se pondo, as nuvens ainda dispersas e cor de rosa, no crepúsculo.
À noite... Ah... A noite tenho toda a perfeição que espero, todas aquelas estrelas, brilhando sem se cansar, e a Lua, do jeito que estiver, pequena, média ou grande, é sempre perfeita.
2. Crianças:
Quando sorriem e despretensiosamente me chamam pra brincar da sua maneira.
Quando fazem uma prece, e pedem pra Deus curar a dor de barriga delas.
E ainda, quando me contam suas travessuras e me pedem segredo. Esta guardado, tá? :]
3. Cartas:
Com uma, duas, três folhas. Isso não importa. O que me importa é o tempo que a pessoa dispensou pra escrever, comprar o envelope, dobrar o papel, endereçar... O tempo que dispôs a mim.
Quando eu escrevo, e coloco tudo o que eu queria dizer, tudo o que meu coração quer revelar.
4. Sorriso:
O de felicidade, que os olhos brilham junto e não precisa de palavra nenhuma.
Sorriso de conforto, quando a gente sente o carinho e a coragem através dele.
Sorriso de sorriso. Quando você sente que aquele sorriso é seu e ninguém te rouba.
5. O mar
Quando tira a areia de baixo dos meus pés, não sei por que eu acho isso a coisa mais linda. Também quando a água bate na rocha e respinga pra todo lado. 
6. Bolas de sabão: Ah, podem me achar boba, mas o jeito que elas voam girando e caem no chão ou se estouram no ar é lindo. É sim, ham!
7. União:
Mãe, pai, irmão e irmã em sintonia. Amigos juntos e sorrindo. Amor.


Muito mais coisas me encantam e me deixam muito feliz, mas na lista de hoje só vou colocar isso. Depois faço outras listas, sobre outras coisas, enfim, é isso!