sexta-feira, 27 de maio de 2011

É fascinante




Faz tempo que eu quero fazer uma lista, essa vai ser um pouco sem sentido, o que não foge muito à regra desse blog. Vou listar coisas que me encantam e que tomam toda a minha atenção exagerada, vamos lá:

1. O céu:
De manhã, quando as nuvens estão dispersas e o sol fica por trás delas, só despontando os raios.
À tardezinha, quando o sol está se pondo, as nuvens ainda dispersas e cor de rosa, no crepúsculo.
À noite... Ah... A noite tenho toda a perfeição que espero, todas aquelas estrelas, brilhando sem se cansar, e a Lua, do jeito que estiver, pequena, média ou grande, é sempre perfeita.
2. Crianças:
Quando sorriem e despretensiosamente me chamam pra brincar da sua maneira.
Quando fazem uma prece, e pedem pra Deus curar a dor de barriga delas.
E ainda, quando me contam suas travessuras e me pedem segredo. Esta guardado, tá? :]
3. Cartas:
Com uma, duas, três folhas. Isso não importa. O que me importa é o tempo que a pessoa dispensou pra escrever, comprar o envelope, dobrar o papel, endereçar... O tempo que dispôs a mim.
Quando eu escrevo, e coloco tudo o que eu queria dizer, tudo o que meu coração quer revelar.
4. Sorriso:
O de felicidade, que os olhos brilham junto e não precisa de palavra nenhuma.
Sorriso de conforto, quando a gente sente o carinho e a coragem através dele.
Sorriso de sorriso. Quando você sente que aquele sorriso é seu e ninguém te rouba.
5. O mar
Quando tira a areia de baixo dos meus pés, não sei por que eu acho isso a coisa mais linda. Também quando a água bate na rocha e respinga pra todo lado. 
6. Bolas de sabão: Ah, podem me achar boba, mas o jeito que elas voam girando e caem no chão ou se estouram no ar é lindo. É sim, ham!
7. União:
Mãe, pai, irmão e irmã em sintonia. Amigos juntos e sorrindo. Amor.


Muito mais coisas me encantam e me deixam muito feliz, mas na lista de hoje só vou colocar isso. Depois faço outras listas, sobre outras coisas, enfim, é isso!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Aconteceu...

...que daquele jeito ela não conseguiria, que poderia cair. Daquele lado não existia cor, como ela imaginava. Aquelas folhas eram de papel e todas as nuvens, eram de metalacê, parece algodão, mas é um pouco mais áspero. Reluziu, mas a coroa era de lata. Depois de tanto correr, não alcançou o coelho que carregava suas almofadas coloridas. O sapato era de vidro. O cavalo era um pangaré. O sapo nasceu sapo e vai morrer sapo. Lá não tinha ouro, no fim do arco-íris só tem lama e uns pedaços de madeira espalhados. Não tinha azul lá em cima, não tinha verde ali, a chuva era de capim seco. Tentou voar e se esborrachou no chão, as asas se soltaram, pena por pena...Ofegante, incrédula, tensa... O que estava acontecendo, o que era tudo aquilo? Parecia distante estando perto, parecia fome...



Ela não era uma princesa, ela não tinha diamantes, nem carro, nem asas, ela sonhava simplesmente, e às vezes o sonho a confortava, às vezes não. Parecia que se tornava pesadelo no auge de seus mais insanos desejos. Parece que sonhar não lhe era o bastante. Por isso ela corria mais, mais e mais. Colava as asas, pegava impulso,  pulava... Corria, pintava aqui e ali, colava uns brilhantes lá em cima, pra poder ver como ficava visto de longe. Recolhia as madeiras, fazia fogueira, aquecia mas não se aquietava. Brilhava, sentia e sorria, por que voltou no fim do arco-íris e encontrou mais que tesouros, melhores e mais preciosos. Sonhar era bom, mas viver, era muito melhor!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Volta



Espero que encontre essa carta. Não aguento mais essa distância, não aguento mais viver longe de você. Tanto tempo se passou desde a última vez que trocamos palavras simples, nem  ‘bom dia’ não nos damos mais. Deve ser por conta das nossas diferenças, que não são poucas, não é? Temos gostos diferentes, pensamentos diferentes, sou A+ e você, A-, tudo entre nós é incompatível. Sinto falta do tempo que essas diferenças eram motivo de risadas fartas pra gente, que em tudo o que não combinávamos era forte em sintonia, em carinhos só nossos. Dói não ter mais seu perfume em meu travesseiro, não poder esperar você chegar cansado e fazer massagem em suas mãos. Dói não me encontrar dentro de você. É por isso que estou te escrevendo. Quero acabar com tudo o que acabou com a gente. Não sei se você entende, não sei também se a culpa é minha, mas acho que não existem culpados, apenas desaprendemos a lidar com o tempero da gente. Exageramos, ora no sal, ora no doce. E estamos assim agora, longe de coração, longe de nossas fortes emoções e afagos. Lembro do dia em que você me fez prometer que lavaria toda a louça sem reclamar, em troca eu pedi chocolates, você me trouxe duas barras, meio amargo, do meu gosto. Mas eu não lavei a louça, você me abraçou mesmo assim. É, vejo que a culpa é minha mesmo, eu poderia ter sido mais compreensiva, mais atenta aos seus cuidados comigo, mais fiel às suas palavras, às minhas promessas pra você. Eu poderia te dar mais atenção, te encantar mais, já que perder o encanto era um dos meus maiores medos, eu poderia sim ter feito tudo isso, mas o tempo passou e você se foi... Eu não consegui te manter desse lado, não tive forças suficientes pra manter meu coração grudado ao seu, como siameses... Agora espero de todo o coração que esteja lendo tudo isso e entenda que é grandioso o sentimento  dentro de mim. Entenda que eu deixei você partir, mas com passagem de volta.  Que as palavras que eu não disse estavam aqui e sempre estiveram, mas eu me acomodei, seu calor era tão grande que preferia ficar dormindo em seu abraço. Perdoa-me, meu amor. Não me deixe desse lado vendo você chegar e não ter ninguém pra fazer suas torradas e um café a tardezinha, não me deixe ver suas roupas mal passadas, sua gravata mal colocada por causa da pressa. Olha pra mim antes de sair, veja que estou aqui esperando você querer voltar. Essa garrafa é daquele vinho que comprei pra celebrar sua promoção no emprego, ela estava encostada perto da rede, desde que você se foi. Faça o seguinte, se quiser voltar, deixe a garrafa na janela. Estarei aqui, do outro lado do lago, te observando noite e dia, como tenho feito desde que não tenho mais o seu olhar. Eu te amo, e te espero o tempo que for. Com muito carinho e uma saudade que não cabe mais em mim, volta logo.

Seu amor






Para o projeto Bloínquês

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Por trás das Câmeras: Jaíce Cristina

Por trás das Câmeras: Jaíce Cristina: "'Hoje estou velha como quero ficar. Sem nenhuma estridência. Dei os desejos todos por memória e rasa xícara de chá' Adélia Prado Par..."

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Bilhete

Querido,
Eu não sabia que você existia, não sabia seu endereço, nem sua cor de cabelo. Não sabia nada sobre você. Seu nome eu já havia escutado, mas não me lembrava muito bem, só sabia de sua voz, só isso... E foi o que mais me marcou desde então. Era isso que eu tinha de você, só isso que eu sabia. Resolvi então te escrever pra te contar um pouco do meu dia, aquele dia em que nos conhecemos. Quando ouvi sua voz e percebi que se aproximava, tratei logo de arrumar os cabelos, limpar os óculos e me ajeitar no banco da praça. Te imaginava mais gordo, amor. Mas quando foi chegando, sabia que era você, parecia que meus olhos já tinham te fitado antes, mas não sei onde nem quando. Meu coração você já deve imaginar como ficou... Pulava sem parar, sem querer até. Eu não queria demonstrar meu nervosismo, mas pulava tanto que eu tremia, sorria desajeitada e me controlava pra não te abraçar e nunca te soltar, afinal, você não estava ali pra mim, eu tinha que me controlar. Cumprimentou todos os que estavam ao meu redor, mas não me viu, não me notou. Minhas mãos suavam, eu precisava da sua atenção, precisava ouvir a sua (minha) voz chamando o meu nome. Quando se virou de uma vez e olhou bem nos meus olhos. Me encarou e parecia que não havia mais ninguém ali, nem chão, só você e meu coração... eu já havia me perdido dentro dele. Foi só isso, não houve abraço, nem conversa, o momento se eternizou ali, a certeza também.