segunda-feira, 29 de março de 2010

Um quase-sonho bom, ou ruim talvez.

Por agora falta... O fogo, a luz.
A janela tem sede. De orvalho e de pó.
O terreiro está cheio. De folhas secas amareladas.
Falta o mato. Faltam idéias aqui.
Falta água. E a chuva também.
O desenho feito não foi capaz de retratar
A beleza risonha, que antes fizera sonhar
Está estranho, a melodia é curta
As árvores dormem
Onde está o sol desse dia? O brilho e nitidez?
Onde está o canto dos grilos que ecoa ao fundo?
Cadê a flor? Tudo se cala.
O silêncio sufoca... vejo vertigens agora
Mas nada está claro ainda
Quero vozes.
Preciso de palavras.
Então vou distraindo a nostalgia...
O ritmo começa a surgir
O vento acorda as árvores solenemente
Elas estão dançando compassadamente agora. Que lindo!
Os pássaros que antes dormiam, estão acordando com esse barulho...
Esse som que as folhas fazem...
Então eles começam a cantar. Pronto!
Parece que tudo foi se colorindo, como num passe de mágica.
O preto-e-branco deu lugar aos milhares de tons - que, fortificados com a luz que, tardia, nasceu-  brilhavam! 
Parecia encanto. Mas era apenas o show rotineiro da manhã. E descobri que era eu quem dormia. 

3 comentários:

  1. Que lindo, Flor!!
    Lindo mesmo!!
    Senti cada pedacinho desse texto em mim.
    É meu agora.

    Obrigada por isto!!
    Bjo...e fica feliz!

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  2. Essas palavras - ainda que apenas escritas - soam com uma admirável perfeição em meus ouvidos, minha cara!

    Continue a sonhar...

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  3. Que lindo, inha!!!
    Fico bestinha com você! rs...
    Eu te amo!'

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Leia e comente se acha que eu vou ficar feliz com isso. =]