domingo, 21 de fevereiro de 2010

Quando for a hora

Lá vem ela, num fim de tarde ensolarado.

Vem devagar, resfriando a temperatura do chão morno. E começa numa finura gostosa, que não machuca o rosto. E as pessoas na rua, timidamente, olham para cima e esperam que uma de suas gotas lhe refresquem a boca.
E o vento faz seus pingos se espalharem, se tornarem mais rápidos, aumentando também a sua intensidade. As gotas ficam mais fortes, agora as pessoas correm, procurando abrigo. Exceto uma menina de vestido rodado, ela continua a apreciar o que acontece de tão majestoso. Abre os braços, começa a se movimentar em círculos, sem se preocupar com todos que, assustados, assistem à cena. Ela, com os cabelos caindo no rosto, o vestido ensopado, começa a cantar... Não para as pessoas, mas para esse doce fenômeno, que começou na tarde que, até então, era tediosa.
Que acordou seu sorriso a fazendo criança outra vez. Fazendo-lhe lembrar das tardes assim na casa da sua avó, onde corria e vivia com cada pedaço molhado do céu que caía.
E sua alegria começava de novo, com aquela variação que o clima tinha lhe oferecido. Ela pôde sonhar, repensar tudo de negativo que havia criado mais cedo. Analisou cada planinho chulo, cada desejo insosso que seu coração ruminava. Enquanto a água lhe escorria o peito, era visível o vestido se elevar em cada pulsar ligeiro do coração.
O sangue se espalhava em suas veias, como as enxurradas que se formaram na rua. E as gotas começaram a diminuir, mas o peito dela ainda pulsava, era como se elas tivessem servido para acordá-la da meninice de seus desejos.
Na medida em que os pingos de luz diminuíam, ela corria. Queria aproveitá-los intactos até chegar à sua casa. Ao virar a esquina, seus olhos se abriram, uma tempestade começou dentro dela, a alegria havia se multiplicado em euforia, encanto, vibração, melodia, poesia, ao contemplar a aquarela que surgiu em paralelo no horizonte.
Piscavam para ela, a chamavam... Ela ofegante, porém, sem hesitar, continuou a correr. Juntou a felicidade anterior, com o prazer daquela hora e o futuro que desenhou em seu sonho acordado. Ela não podia parar! A partir dali, sentiu que os planos dela, para ela, não seriam mais por ela planejados, que agora daria certo (o depois ainda seria escrito) e ela passaria a esperar!

Não parou de correr, não parou de sentir cada nova mudança que o céu lhe avisava. Com isso ela crescia, se fortalecia e levava gotas mágicas para quem quisesse se contagiar!


6 comentários:

  1. "A partir dali, sentiu que os planos dela, para ela, não seriam mais por ela planejados, que agora daria certo (o depois ainda seria escrito) e ela passaria a esperar!"

    Porque Deus sempre prepara o melhor pra gentee! ^^

    Te amo minha pequenaa!

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  2. Sim! Ele mostra o caminho e faz tudo dar certo!
    Eu te amo minha irmã!!

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  3. Eu senti, aqui, essa tempestade... De risos; traquinagens; lembranças; sonhos; AMIZADE...

    Foram tantas as gotas que não fui capaz de destinguir o que era lágrima e o que era chuva. Ensopei-me, e foi mágico encontrar-me assim.

    Meu desejo mais íntimo é que o universo conspire para que os bons ventos carreguem-me, sempre, em sua direção, de modo que a cada intempérie eu possa me lavar com você e segurá-la pela mão, minha menininha!

    O que nos espera é, sem dúvida, um gigantesco arco-íris, símbolo do pacto de Deus com o homem. Ele virá grande intenso, como sinal de que situações "agressivas" terminam de maneira CINTILANTE; viva; FELIZ.

    Amar-te-ei por toda a vida.

    P.S.: Ao meu ver, este é seu melhor texto!

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  4. Deixo sim, que você me carregue pela mão e me dê muito da sua doçura e encanto que me faz radiante, mais sonhadora e FELIZ!!
    Obrigada por tuudo!!
    Amo e amarei você pra sempre! ^^

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Leia e comente se acha que eu vou ficar feliz com isso. =]