
Parar pra pensar no que vai ser quando crescer é se esquecer de fazer, e ficar pensando, excluindo possibilidades, anotando pensamentos que poderiam dar certo, mas logo excluindo-os da agenda. É preciso mesmo, fazer com que o tempo de vida seja precioso e trata-lo como prêmio. Priorizar o que é vantajoso, mas ousar arriscar, para não perder oportunidades. Nada na vida é descartado, e sim reaproveitado, os acontecimentos, as reviravoltas, as lágrimas, as verdades, tudo serve de pilar, basta saber usar isso, saber contornar a situação nos melhores e/ou piores casos.
Não é fácil fazer que palavras se transformem em acontecimentos, não é fácil encontrar na sua forma de viver qual é a sua habilidade especial, o que quer seguir como carreira, qual é o seu potencial, o que te torna ‘reaproveitável’, o que te tira da condição de indefeso para a forma lapidada e corajosa. Não há facilidade em descobrir que dentro de você existem coisas boas, e que nem tudo ao seu redor quer te ver cair, algumas das melhores coisas da vida são as imprevisíveis, e não é só em crises sentimentais, ou em TPM que os sentidos se afloram, que as emoções ardem na pele, mas quando começa-se a sentir o peso do tempo se acumulando, a vida passando, os pés estarem grudados com piche no chão e a cabeça estar definhando ao invés de progredir. Quando o medo bater, ou a saudade apertar, ao invés de se recuar, esquecer-se que se é gente, agir como animal e procurar alimento com as próprias mãos.
Caracas, eu sofro com esses meus piolhos.
Beijos de Jaíce, a criança que quando ameaça crescer, se arrepende e volta pra sua casa na árvore pra chorar escondida.