Todos têm, não sei por que eu
preciso ter também. Os motivos são tolos, as ideias são rasas, e o futuro... O
dinheiro trará. Não é questão de escolha, é de berço. As crianças se sujam com
ouro. Seu ferimento mais profundo é não ter o melhor de todos. Ser o melhor
entre todos. Melhor de marca. Título. Embalagem. Melhor roupa que encoberta
essa sede de altura, altitude que não existe. Elevação simbólica, notas
pintadas de vermelho, verde, azul... Que ditam o que eu posso ou não ser...
Ter, fazer... Papeis marcados com a alforria. Com as normas que devem ser
seguidas para pertencer também ao mundo normal. O que é normal? Onde está o
lado bom de ser o melhor? Vestir-se com uma blusa estampada um nome de
quem-lá-sabe-o-que, e trombar a dois metros com várias outras pessoas vestidas
com a mesma blusa e se sentir feliz. Feliz? Daí concluir que felicidade é ser
um robô; um fantoche; uma fantasia. Ou, mais simples ainda, uma cópia. Um mundo
onde todas as pessoas se sentem bem sendo iguais e ainda assim se sentem melhores.
A mania de querer imitar os orientais, todos parecidos, apesar do presente que
temos aqui – a diferença – de cor, voz, cabelo, altura, sorriso... Temos
diferenças e é isso o que nos torna melhores. Eu não quero ser igual para
parecer normal. Uma normalidade futil, cheia de símbolos e sem conteúdo. Um
prazer em ser mentalmente melhor ou maior que qualquer mortal que ouse não
trajar a mesma pompa. Não quero precisar ser assim para não ser olhada pelos
cantos dos olhos como uma ladra, sendo que eu vejo tantos ladrões a minha
volta, roubam-me a vontade de sorrir, arrancam de lá do fundo da minha alma a
mais intensa repulsa e eu tento não me contaminar com isso para voltar a
acreditar nas coisas. Inventar um mundo a essa altura é querer demais. Pensar
que as coisas podem mudar é um desafio um tanto louco. Só sei que é preciso
braços fortes para não deixar que essa onda carregue os valores. E deixar que
tudo o que se acreditava até então, encontre o cais e não afunde. A realidade não pode ser torpe assim, eu
preciso da minha verdade e eu sei que ela existe... Só que bem longe daqui.sábado, 28 de abril de 2012
Decrescente
Todos têm, não sei por que eu
preciso ter também. Os motivos são tolos, as ideias são rasas, e o futuro... O
dinheiro trará. Não é questão de escolha, é de berço. As crianças se sujam com
ouro. Seu ferimento mais profundo é não ter o melhor de todos. Ser o melhor
entre todos. Melhor de marca. Título. Embalagem. Melhor roupa que encoberta
essa sede de altura, altitude que não existe. Elevação simbólica, notas
pintadas de vermelho, verde, azul... Que ditam o que eu posso ou não ser...
Ter, fazer... Papeis marcados com a alforria. Com as normas que devem ser
seguidas para pertencer também ao mundo normal. O que é normal? Onde está o
lado bom de ser o melhor? Vestir-se com uma blusa estampada um nome de
quem-lá-sabe-o-que, e trombar a dois metros com várias outras pessoas vestidas
com a mesma blusa e se sentir feliz. Feliz? Daí concluir que felicidade é ser
um robô; um fantoche; uma fantasia. Ou, mais simples ainda, uma cópia. Um mundo
onde todas as pessoas se sentem bem sendo iguais e ainda assim se sentem melhores.
A mania de querer imitar os orientais, todos parecidos, apesar do presente que
temos aqui – a diferença – de cor, voz, cabelo, altura, sorriso... Temos
diferenças e é isso o que nos torna melhores. Eu não quero ser igual para
parecer normal. Uma normalidade futil, cheia de símbolos e sem conteúdo. Um
prazer em ser mentalmente melhor ou maior que qualquer mortal que ouse não
trajar a mesma pompa. Não quero precisar ser assim para não ser olhada pelos
cantos dos olhos como uma ladra, sendo que eu vejo tantos ladrões a minha
volta, roubam-me a vontade de sorrir, arrancam de lá do fundo da minha alma a
mais intensa repulsa e eu tento não me contaminar com isso para voltar a
acreditar nas coisas. Inventar um mundo a essa altura é querer demais. Pensar
que as coisas podem mudar é um desafio um tanto louco. Só sei que é preciso
braços fortes para não deixar que essa onda carregue os valores. E deixar que
tudo o que se acreditava até então, encontre o cais e não afunde. A realidade não pode ser torpe assim, eu
preciso da minha verdade e eu sei que ela existe... Só que bem longe daqui.
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Você me traz de volta sempre, sabia?
ResponderExcluirTe amo!
Pois é,sua verdade existe e não está tão longe assim, procure-a direito, moça. Te amo muito.
ResponderExcluirIsso é o que refiro!
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