terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Ventilador

Além desse vento artificial, nada me envolve. Nada consome essas palavras que sussurro, mas voam. Como se quisessem me levar consigo, mas não levam. Achei que tinha uma cabeça aqui, mas não... tem um órgão que pulsa e cresceu, sou toda ele, e já não penso mais, já não escolho mais. Quando ele dói, se protege expelindo um ácido corrosivo, mas não tão prejudicial. Quando sorri, é diferente, é melhor, dá pra sentir a melhora por que é de todo bom, preenche completamente e não se esconde atrás de palavras nem de cara feia. Apenas reluz. 
A noite causa arrepios, mas é só nela que consigo parar em mim e de mim. Parar de ser quem me exijo ser pra não desagradar, pra me incluir. A noite me revela muito do que não consigo ver durante o dia. No cansaço e na fadiga as pessoas se revelam. No meu cansaço que me encontro, enfim. Cansaço de alma, de ser esse imenso pedaço de alguma coisa que acende e apaga, acende e apaga, mas ainda assim, não se encontra.
Para fazer jus à linha de tempo dessa casa, uso mais palavras desordenadas, as entrelinhas não importam, não é? 



2 comentários:

  1. Minha querida, que texto mais belo. E você tem toda razão: " as entrelinhas não importam, não é?"
    Parabéns, sou sua leitora assídua!

    ResponderExcluir
  2. Achei esse texto meio obscuro... Mas eu gostei disso de sorriso que reluz, é lindo! Acho que todos passamos por fazes de desencontros e são poucos que transformam isso em poesia como vc fez aí.

    Vai ficar com esse layout mesmo? É bonito.

    ResponderExcluir

Leia e comente se acha que eu vou ficar feliz com isso. =]