segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Confiança

Rasgando o papel que selava aquele encontro, ela dizia: "- Não me torture assim... Me deixe extasiada em meu mundo, por que aqui eu sofro menos. Nem todas as minhas ações são entendidas, nem todas as minhas explicações são aceitáveis, mas, mesmo que involuntariamente, você me deixa sofrer quando na verdade o plano era correr junto, ainda que o vento fosse muito forte. Cair junto, mesmo que a queda machucasse demais... E não foi isso o que aconteceu. Agora me deixe. O meu amor por você não acabará, tampouco diminuirá, mas pensarei sete vezes mais antes de lhe entregar meu coração."
O choro contido fazia sua face tensa e rubra, as palavras lhe saíram quase que cuspidas, os olhos não transpiravam raiva, mas desencanto, e era tudo o que ela temia sentir.

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